terça-feira, 27 de abril de 2010

Andando na prancha


Marolas conduzem a embarcação
Sigo na corrente gelada
Monótona, cromática.
Ontem, um barco de papel
Hoje, nau velada

A tripulação farta, pede abrigo
Motim eminente
Velo a vontade de pular
Velas ondulam seguindo a corrente

Bem-aventurados os ventos
Trazem brisa, furacões ora lamentos
Espirais magnéticos tomam forma
Confio no sopro do Orixá
Leme invertido
Deixo a ventura guiar.

Não me iludo com pensamentos
Confusos, dentro da nau
tripulada pela unicidade na diferença
Avisto terra...
Alguns gritam paraíso
Eufóricos, pulam em direção ao horizonte,
Miragem?

Devaneio, devaneio
Avisto sorriso
Visto que no paraíso há de haver coisa semelhante
Insanidade colorida
Louco
Sinto as pernas rumando ao novo

Já não quero marasmo
Já não quero mesmice
Andando na prancha
Me atiro ao mar
Me retiro da vida
Me deixo sonhar