sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

O Palco, Opaco

Assisto ao espetáculo,
As vezes me sinto ator
Fantasiando e mascarando a realidade
Já não escrevo mais o roteiro
Passeio pelo palco, descalço
Guiado apenas pelo tempo, pelo espaço
Que há de se findar
O resultado, basta apenas esperar

Assisto ao espetáculo
As vezes me sinto iluminador
Iluminando a cena distante
Não participo, de novo assisto
Passeio pelo escuro, vestido
Escudado pelo ego, apegado
Que insiste em se manifestar
O resultado, basta apenas esperar

Assito ao espetáculo
Querendo ser roteirista
Criando o destino, a trama, a cena
Dando forma, a fertilidade das ideias
Quem escreve o roteiro terreno?
Quem atua por mim?
Quem me ilumina?
A vida segue bela como na peça
Na certeza das respostas no fim do ato
Aplaudo, contemplando admirado

Fecham-se as cortinas.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Giramar, Maréchuva e Ventosol

Inocente, ser criança
Não amansa até a maré baixar,
Ainda não desperta,
Sua mão, aperto ao peito, enlaço os pés

Flor aparentemente amarela
Pequena, inteiramente sincera
Ao toque das mãos,
Seguimos outra dimensão,
Estradas, nos separam na matéria
Então que idéia do porvir posso formar
Se não a de que tenho que regar

No ranger da nova era,
Noite plena e escura pede passagem,
Sinto raios que aquecem o pensar
Delicadeza expressa na beleza solar

Especial quinzena de verão,
Me trouxe a paz,
Vencendo a trilha do coração
Ventando e chovendo,
Sorrindo e compartilhando

Da mesma cama
Do mesmo alimento
Do mesmo alento
Da união justificada em canção