quarta-feira, 10 de julho de 2013

Deitado em berço esplêndido

Naquele instante de cuidado,
Fui teletransportado direto ao centro indiferenciado...
Onde o pulso se torna um e o um se torna pulso.

O toque sereno em sua pele,
Me mostra a porta do por vir.
Abro, a chave é você incapacitada de agir,
Te protejo como couraça, rígida, firme em suas costas
Bem sabia a concha que revela sua pérola somente quando finalizada.

Sinto a caminhada somada, como que em realidade paralela
Com novas cores, novos auras, novas auroras...

Já começa outra semana e não engana quem viu...
De manhã, ondas trazendo meu bom dia
Amanhã, te trago minha companhia
Para que juntos possamos sonhar,
Assim como o mar, que só precisa de uma gota para provar que é salgado
Seus lábios precisam apenas da minha boca para provar o que é sagrado.

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Auto-retrato Solar

O físico reflete o astral ou o astro,
O que eles dizem hoje?
Úmido coração que deixa a chuva salgada, inundar a face.

O lúdico reflete o apego
Imaginando a pureza da fada, mas que é humana,
Guardada na gaiola inconsciente.
Penso, sinto e ajo igual...

Pode voar,
Do alto, aviste sonhos presentes
Já que não devemos pensar no futuro.
E o que temos presente, ao lado, esperando a plenitude?
Também posso voar se me estender a mão,
Mas sou pesado...
Para me erguer, é preciso a leveza transparente
de suas asas, que no instante, enlameada.
A luz não passa, não é tão transparente...

Na certeza de que a mente apenas mente,
Para nos livrar de nós mesmos,
Na certeza do amor sagrado,
Que é como a água turva dentro do copo com areia agitada.
Confio na sua essência que nunca deixou de ser água.
Acredito no que diz, acredito no que vejo, acredito no que sinto.
Triplicidade, como tudo, nessa ordem.

Ofereço melodias que não vem do sopro efêmero em bambu, de notas passageiras que se perdem no ar...
Ofereço o respeito que não julga, mas que não mais abre as portas a qualquer viajante do mar,
Que chega com sua nau, ancora em terra amiga e oferece espelhos aos índios inocentes, ou incenso santo como quem compra sua alforria.
Ofereço a melodia que vem da alma perene, que toca cordas, tambores, pianos, flautas, gaitas e tudo o que
Ressoar, assim como meu coração, não dependo do instrumento do desejo alheio.

Neste auto-retrato solar ou seria lunar?
Questiono meu âmago:
Por que buscamos fora o que pode ser encontrado dentro?
Por que buscamos no terceiro o que pode ser encontrado no primeiro?
Por que não nos sentimos por inteiro?
Por que temos que suprir a carência com mais carência de algo concreto?
Não concretiza ...

Entendo o amor. E se ele é incondicional, tens meu incondicional aberto para ser escrito.
Realize os sonhos daquele vôo, com pétalas de ouro no ar, na brisa quente que o verão veio dar.
Pois, já bateu na porta o chuvoso, vago e frio inverno...

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Guerra Santa


Sequencialmente recomeçamos sem pensar, sinal de que o sol já transpassou o horizonte vertical, rodopiando na velocidade da luz... Real? Sonho que se perde no escuro inconsciente, estamos o iluminando com fósforo ou apagando o ultimo alento em forma de chama... Nos chamam... sempre chamam, os cavaleiros tido como guerreiros, que vestem a armadura, a carapuça e a espada, mas cade a luta, o campo de batalha? Não é como imaginamos. A guerra é santa e nublada, presente, passada e futura. Cegos, continuamos dado espadadas, cortando o ar, a carne, o pulmão... Errando os inimigos e cada vez mais ceifando nossa visão. Não há contramão, apenas o chamado do coração.







sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

O Palco, Opaco

Assisto ao espetáculo,
As vezes me sinto ator
Fantasiando e mascarando a realidade
Já não escrevo mais o roteiro
Passeio pelo palco, descalço
Guiado apenas pelo tempo, pelo espaço
Que há de se findar
O resultado, basta apenas esperar

Assisto ao espetáculo
As vezes me sinto iluminador
Iluminando a cena distante
Não participo, de novo assisto
Passeio pelo escuro, vestido
Escudado pelo ego, apegado
Que insiste em se manifestar
O resultado, basta apenas esperar

Assito ao espetáculo
Querendo ser roteirista
Criando o destino, a trama, a cena
Dando forma, a fertilidade das ideias
Quem escreve o roteiro terreno?
Quem atua por mim?
Quem me ilumina?
A vida segue bela como na peça
Na certeza das respostas no fim do ato
Aplaudo, contemplando admirado

Fecham-se as cortinas.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Giramar, Maréchuva e Ventosol

Inocente, ser criança
Não amansa até a maré baixar,
Ainda não desperta,
Sua mão, aperto ao peito, enlaço os pés

Flor aparentemente amarela
Pequena, inteiramente sincera
Ao toque das mãos,
Seguimos outra dimensão,
Estradas, nos separam na matéria
Então que idéia do porvir posso formar
Se não a de que tenho que regar

No ranger da nova era,
Noite plena e escura pede passagem,
Sinto raios que aquecem o pensar
Delicadeza expressa na beleza solar

Especial quinzena de verão,
Me trouxe a paz,
Vencendo a trilha do coração
Ventando e chovendo,
Sorrindo e compartilhando

Da mesma cama
Do mesmo alimento
Do mesmo alento
Da união justificada em canção