domingo, 11 de setembro de 2011

Efêmero

Efêmero sentimento vazio
Eis que molham o castelo de areia amarelo
Derretido, segue o fluxo do rio, outrora caudaloso

Para que servem mil poesias,
Diante da efemeridade do amor
Líquido.
Líquidas palavras, antes ouvidas com carinho

Efêmero sentimento de saudade
O quarto agora vazio, guarda suas cores
O guarda roupas aberto, guarda seu cheiro

Para que servem as flores,
Diante da efemeridade do perfume
Líquido.
Líquidas brigas que nos corroeram

Efêmero sentimento de culpa
Não soube tratar a princesa
Deixei que molhassem o castelo
Como acordar no dia seguinte?
Não soube equilibrar meu monociclo
Cai.

Para que servem fantasias e sonhos,
Diante da efemeridade do prazer
Líquido.
Líquidos devaneios regados a vinho

Seu nome ainda pulsa em minhas entranhas
Ainda ouço sua voz em meus sonhos
Ainda sinto seu toque em minha pele
Ainda imagino a casa, singela, colorida

Para que servem estes versos
Diante da efemeridade da vida.