quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Epifanía II

Liberte-se dos fardos que não são seus, cada ser não tem a cruz maior do que pode carregar, ao menos que queira ou que inconscientemente acrescente um peso extra a ela. Reflita, medite em seu interior, converse com os queridos para lhe apontarem o caminho, mas, a jornada é só sua.
Liberte-se das pressões e das opressões, principalmente das opressões, pois só é oprimido quem em outrora oprimiu. Aceite a família, e saiba que cada um tem seu papel fundamental dentro dela, perto ou não... Cultive boas amizades, pois, são nesses momentos, simples, que deixamos sair a felicidade mais pura, pois, é aquela que não tem compromisso.
Se valha do ditado aprendido na infância, não faça ao seu irmão o que não gostaria que fizessem a ti, se assim o fosse diferente, a palavra irmão não se faria presente. Regrida em pensamentos, regresse em sentimentos, busque o que lhe aflige sem medo de chorar, sem medo de enfrentar as mazelas mais íntimas, são internas... Interna revolução, interno é a solução.
Tenha fé, ou do que quiser chamar, uns chamam de arte, outros de ciência, outros de filosofia, outros de religião, mas, tenha ela no presente para poder voar quando asas lhe forem dadas, e para poder fincar seus pés na terra, quando assim solicitada.
Aprenda a perdoar aos outros... Quando aprender isso, aprenda algo ainda mais importante, a perdoar a si mesmo, pois, és tu quem guardas o mais tenro tesouro, a essência. Preste muita atenção ao que pedes, pois, nem sempre é o que queres. Saiba que as vezes o que tu acreditas que é um fim, na realidade está longe de sê-lo, quiçá é um meio. Todo fim ligado ao material trará sofrimento, todo meio que conduza ao irreal trará desalento. O fim é o que está ai dentro, sempre esteve e sempre estará. O meio é o que te faz feliz por si só, não necessita de complemento, pois, é pleno e o que é pleno, não acaba. Esqueça o fim e viva o caminho do meio, assim verás que o fim de antigamente pode ser contado em papel, moeda, e o meio presente, é quem guiará, com amor, toda sua caminhada, que continua, além do que se toca, além do que se vê...

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Acesso

Cada qual em seu canto
Sem encanto, não acessa
Tão invisíveis quanto nós; achamos não ser
Mais presentes do que nós, tem de sobreviver

O coração é comum a todos
Bate no compasso da relação
Somos todos feitos, carne e osso.
Irmãos no escuro, irmãos no claro
Saber acessar e ser acessado

Percebe o escuro que estão
Quando a luz que ilumina o ambiente
É lanterna de carro na face presente
Horizonte material, é lata
O chão é pedra, dela vivem
Desperta ou adormece.

Esperança, não sei
Mas tem seu cão amigo,
E tem elas...
Nuvens.
Ora, traz paz
Leva o caos.
Ora, traz caos
Leva a paz.

Comida azeda,
Quiça tivesse geladeira
Teu desperdício alimenta
Indiferença velada na inação

O chão treme,
A mente ativa
Mais um dia...
Sobreviva, sobreviva


terça-feira, 16 de outubro de 2012

Atenta ao Medo



Medo que nos faz julgar
Nos faz impostar a voz de defesa silenciosa,  mas, ativa em atos
Impede a mudança em deixar para trás
O anseio do ego em sobrepor  tons
De transmutar o desconhecido
Cerne do medo retido, relativo
Ao tempo desconhece a razão
Se vale da falsa ilusão

Medo que nos faz penar
Ganha força em nosso recalque silencioso, mas, ativo em corpo
Impede o novo no efeito oculto,  atrás
O não anseio do coração em mudar o ritmo
De transpor o indivíduo
Cerne da vida, relativa
Ao tempo, envelhece a razão
Se vale ainda, da ilusão

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Humores Marés

E como uma onda que vai e vem, vem e vai,
leva o denso, retorna o sutil, retorna o denso, leva o sutil,
alternando-se de humores marés.

Guiada pela lua sabe a hora de deixar-se levar,
Firmada na terra, sabe a hora de deixar-se firmar
Grão de areia uno que forma o mar, sereia imagem, que se põe a nadar
Da infância cavalos marinhos, familia de corais
Do agora, tormentos divinos, nos movem rumo ao cais.

Ondas que não existem em si, apenas se formam,
Do nada e do nada se vão
Apenas quem a viu, no instante, sabe que ela existe, ou existiu.
Apenas quem vive, no instante, sabe o que levou, ou deixou de levar.
Desmaterializou-se, sublimou-se a consciência
Restou sal, espuma, quiça areia

Assim como a onda nunca exsitiu,
O sentimento interno também é inexistente em essência,
Ledo engano dos sentidos,
Jura ter visto a maré, a onda, a casa, a ronda

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Tempo de Sorrir


Tempo de sorrir, tempo de cantar...
Inundado de felicidade me redescubro a cada instante. Entrando no eu profundo cada vez mais desabrocha minha essência.
Tempo de sorrir, tempo de mudar...
A iquietude pulsa, a ação nos convida para experimentar o novo, passando por cima das barreiras.
Tempo de sorrir, tempo de brilhar...
O despertar do sol interior que nunca deixou de brilhar mas que agora reflete, de dentro para fora.
Tempo de sorrir, tempo de ser feliz...
Ter a sensação de que temos esse direito e que não há nada de errado com isso.
Tempo de sorrir, tempo de aprender...
Onde a visão e a audição passam a ocupar mais espaço do que a fala, observar, se curvar a natureza, que sabia falará
Tempo de sorrir, tempo de viver...
Jamais pararemos de caminhar, viveremos cada instante que conseguirmos com atenção e alegria, os detalhes podem nos dizer muitas coisas.
Tempo de sorrir tempo de meditar...
Um convite a rever as nossas atitudes e lapidar a mais bonita das esculturas.
Tempo de sorrir...
Tempo de sorrir....
O sorriso sempre presente, estampado na face, o amor consciente vivenciado no coração, luz e paz na mente, seguindo com proteção

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Estômago

Inflexibilidade Somatizada
Corpo resistente ao natural
Modéstia ainda enjaulada
Reside no centro do carnal

Alimentar-se, opiniões internas
Digerir-se opiniões adversas
Aceitar o momento velado de cada ser
Que de processo em processo
Nos livra do apego ao reconhecer
O diferente de mim e de você

Estômago âmago do hábito
Quando otimista, plexo solar
Estômago centro do eu
Quando pessimista, complexo penar
Estômago do tamanho da teimosia
Comportamento, reflexo do conflito

Desapego de velhas ideias
As portas se abrem para as respostas
Na proporção de sua flexibilidade
Somatizada

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Caminho para libertação

Compromisso social, diferente de só ganhar capital
Consequência imoral do convencionalismo, comodismo
Vastas maneiras de se ganhar

Poucas maneiras de se aceitar
Entro na roda, mas, giro sentido anti-horário
Jogo o jogo, mas, não sigo itinerário
Dando braçada contra corrente, sigo contente sem me reprimir
A liberdade de pensar, a liberdade de agir
Vá fazer aquilo que te faz sorrir

Compromisso social, diferente de sustentar multinacional
Consequência material da ganância
Não sou hipócrita, gosto da abundância
Vastas maneiras de se ganhar
Poucas maneiras de se aceitar
Não na força, mas, com alegria e seriedade
Que sigo meu caminho com cumplicidade
Do eu, do ele, do nós, do vós, do eles

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Sutileza

Atemporal sentimento da luz
Veja o sol
Imaterial movimento do ser
Ouça o som
Surreal complemento da paz
Sabedoria
Alegria envelhecer e saber
Que a alma não perece
Contentamento ao crescer em conhecimento
Que não se compra
Intuição sutileza maior
Que não se encontra em qualquer lugar
Percepção da energia do outro
Que requer amor pra poder doar
Saber amar a natureza
Que faz as cores flutuarem no ar
Ir dormir e ter certeza
De que a alma sai para passear
Acordar e ver a beleza
Da chuva ou sol que vem cumprimentar
Atemporal movimento da luz
Ouça o sol
Imaterial sentimento do ser
Veja o som
Sutileza maior

Andarilho

Caminho sereno, sem o medo dos pesares
Penso que sou único, mas sou um.
Um todo que caminha achando ser e estar só
E quando o engano apontar a solidão
Saiba que não está só em alma e coração
No caminho da individualidade reconheça seus semelhantes
Não de cor, credo, crença ou carência
Mas sim, em sua essência

Por que não amar indivíduos, inimigos, conhecidos amigos de jornada
Quando a natureza perfuma o machado que a fere de graça?

Andando por mais de 30km, horas somadas de estrada
Sentindo a dor, o incomodo, mas, o prazer da caminhada
Que ensina conforme o terreno, íngreme, plano, denso ou ameno
Que a diferença ou indiferença está em seu olhar,
Pelas estradas que passar.

Caminha serena, sem medo de nada
Sua força vem lá da mata iluminada
Caminha confiante, crendo na humanidade
Se tudo não foi resolvido, não é o fim da tempestade
Que há de passar, antes de tudo terminar
Que há de passar, com alegria, sem penar

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Inerte

Acordo inerte a vida
Pálido por dentro, vivo por fora
Será que acordei, ou apenas concordei com a inércia
Vivo por fora da coerência
Sinto o peso da vivência
Não me alegro com a incompetência
Para ser, tens que viver
E para viver, tens que pensar, sentir, falar
Harmonia, demora a se fazer presente
Preciso de equilíbrio, se não quebro a corrente
Penso mas não sinto,
Sinto mas não falo,
Falo mas não vivo
Experiencias não vividas, se tornam o mote da vida
Consigo perceber, inerte,
Que ainda não acordei