sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

O Palco, Opaco

Assisto ao espetáculo,
As vezes me sinto ator
Fantasiando e mascarando a realidade
Já não escrevo mais o roteiro
Passeio pelo palco, descalço
Guiado apenas pelo tempo, pelo espaço
Que há de se findar
O resultado, basta apenas esperar

Assisto ao espetáculo
As vezes me sinto iluminador
Iluminando a cena distante
Não participo, de novo assisto
Passeio pelo escuro, vestido
Escudado pelo ego, apegado
Que insiste em se manifestar
O resultado, basta apenas esperar

Assito ao espetáculo
Querendo ser roteirista
Criando o destino, a trama, a cena
Dando forma, a fertilidade das ideias
Quem escreve o roteiro terreno?
Quem atua por mim?
Quem me ilumina?
A vida segue bela como na peça
Na certeza das respostas no fim do ato
Aplaudo, contemplando admirado

Fecham-se as cortinas.

Um comentário:

  1. Estejamos nós... pobres poetas loucos, sempre no palco da vida! Lindo texto.
    Kel Antunes

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