Efêmero sentimento vazio
Eis que molham o castelo de areia amarelo
Derretido, segue o fluxo do rio, outrora caudaloso
Para que servem mil poesias,
Diante da efemeridade do amor
Líquido.
Líquidas palavras, antes ouvidas com carinho
Efêmero sentimento de saudade
O quarto agora vazio, guarda suas cores
O guarda roupas aberto, guarda seu cheiro
Para que servem as flores,
Diante da efemeridade do perfume
Líquido.
Líquidas brigas que nos corroeram
Efêmero sentimento de culpa
Não soube tratar a princesa
Deixei que molhassem o castelo
Como acordar no dia seguinte?
Não soube equilibrar meu monociclo
Cai.
Para que servem fantasias e sonhos,
Diante da efemeridade do prazer
Líquido.
Líquidos devaneios regados a vinho
Seu nome ainda pulsa em minhas entranhas
Ainda ouço sua voz em meus sonhos
Ainda sinto seu toque em minha pele
Ainda imagino a casa, singela, colorida
Para que servem estes versos
Diante da efemeridade da vida.